O BLOG DA CATEDRAL APRESENTA
A HISTÓRIA DOS CONCÍLIOS AO LONGO DOS TEMPOS.

V CONCÍLIO ECUMÊNICO  
CONSTANTINOPLA II – 553



Neste teve participação o imperador Justiniano, oriundo de uma família de pastores da Macedônia. Apenas alçado ao trono bizantino, como todos os seus antecessores, embrenhou-se freneticamente nas disputas teológicas, passando jornadas inteiras trancado em seu gabinete para discutir com os monges sobre problemas da fé cristã.
Era, porém, animado o desejo sincero de fazer voltar a calma ao redil de Cristo, promover o regresso dos dissidentes, ajudar os missionários do Evangelho. Em seu célebre código, de fato, inseriu a profissão de fé e também leis eclesiásticas.
Mas, as heresias já condenadas pelos Concílios precedentes referviam camufladas e enredadas nos sofismas sutis com que os gregos tramavam suas implacáveis e extenuantes diatribes. As malignidades, as cavilações, as perfídias, as suspeitas inundavam e retalhavam a cristandade, não obstante as decantadas e proclamadas boas intenções de servir à verdade e a caridade.
As coisas precipitaram quando Justiniano pretendeu arvorar-se em campeão da Fé acima do próprio Papa Vigílio que, devido a enredos e violências, foi constrangido a mudar-se para Constantinopla (547) onde o imperador, mediante promessas e ameaças de todo o gênero, tentou fazê-lo subscrever os seus ditos teologais.
Chegou assim a convocar o Concílio de Constantinopla (553) que Justiniano quis, a todo custo, nessa cidade, ao invés de Roma, que Vigílio propunha.
Embates, desencontro, protelações lastimáveis que transpunham todos os limites, até abafarem de uma vez a voz do Papa, duraram de 5 de maio a 2 de junho, mas, desfiaram-se na reiterada condenação de Ario, de Eutíquio, de Nestório e de outras heresias menores novamente afloradas, por exemplo: que o Filho é subordinado ao Pai; que as almas preexistem no céu; que haverá reabilitação dos condenados e que, portanto, o inferno não é eterno, etc.
O Papa Vigílio, após diuturnas e terríveis angustias, ratificou os decretos do Concílio em 554 e, no ano seguinte, deixava, finalmente, as encantadoras, mas infaustas, margens do Bósforo e voltava para sua Roma.

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