O BLOG DA CATEDRAL APRESENTA
A HISTÓRIA DOS CONCÍLIOS AO LONGO DOS TEMPOS.

VI CONCÍLIO ECUMÊNICO
CONSTANTINOPLA III – 680 A 681

 
Ainda veio sobre as margens do Bósforo, com os teólogos gregos sempre prontos às discursões teológicas. Dir-se-ia que a mania das disputas religiosas seria produto do clima ou do solo.Agora, eles se apegam sobre a questão da vontade em Cristo: Uma ou duas? Duas facções se defrontavam em rixa virulenta e todos, mais ou menos, tomavam parte da luta, comprometendo até a estabilidade do império, cujas fronteiras, os Persas, os Ávoros e os Búlgaros premiam ameaçadores. O imperador Eráclio, em 633, pensou ter descoberto a fórmula mágica para conciliar os cristãos, propondo a doutrina da operação única em Cristo: um só Cristo operava as ações divinas e as ações humanas mediante uma única operação teândrica. O patriarca de Jerusalém, Sofrônio, desmarcou logo a capciosa fórmula herética, opondo-lhe a verdadeira: Em Cristo, como há duas naturezas, assim há duas operações, duas vontades, provindas do mesmo e único Verbo Encarnado; duas operações e um único operante. Mas, a fórmula imperial afixada, como os outros decretos, ao pórtico de Santa Sofia, em Constantinopla, achou crédito junto dos orientais. Não assim no Ocidente, em Roma, onde as extravagâncias principescas estavam destinadas a esbarrar contra a Rocha da Fé e a lógica cristalina do bom senso. Os pontífices romanos, João IV e Martinho I, condenaram a doutrina da vontade única de Cristo, mas, o Papa Martinho pagou com o martírio a sua firmeza contra os bizantinos, especialmente (655) contra Constante III, déspota brutal. Para não perder tempo, no entanto, em Bizâncio, confabulavam de três vontades em Cristo: uma da natureza divina, uma da natureza humana, uma da pessoa divina. Foi convocado o III Concílio de Constantinopla.
O Papa Agatão, enviou seus legados. Por fortuna, o imperador Constantino IV, era bom príncipe. Sua presença às sessões foi salutar. O Concílio durou de 7 de novembro de 680 à 16 de setembro do ano seguinte. A insidiosa fórmula de Eráclio e a doutrina de vontade única, foram repelidas e condenadas como heréticas. O Papa Leão II confirmou, em 682, os atos conciliares.Em todos esses Concílios realizados no Oriente foi em Roma, que levou e fez aceitar a sua doutrina, herdada dos apóstolos e formulada com prodigiosa rapidez e clareza.

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